Valendo-se de diferentes propostas, espaços e iniciativas, quatro educadores compartilharam algumas possibilidades de abordagem capazes de tornar mais inventiva e lúdica a aproximação com a leitura.
Eliana Chagas da Silva, Educação Infantil.
Portal Aprendiz – Quais estratégias você aplica para alunos da educação infantil a fim de mobilizar o interesse pela leitura?

Eu vou te contar uma história, agora, atenção!
Que começa aqui no meio da palma da tua mão
Bem no meio tem uma linha ligada ao coração
Quem sabia dessa história antes mesmo da canção?
Dá tua mão, dá tua mão, dá tua mão, dá tua mão…
Portal Aprendiz – Como você se descobriu leitora e que papel teve a escola neste desenvolvimento?
Só me descobri leitora aos 20 anos, quando iniciei num Projeto da Fundação Abrinq chamado Biblioteca Viva. Até aí não gostava de literatura propriamente dita, adorava ler editoriais, mas não livros. A escola sempre me obrigava a ler com pressa e mecanicamente para fazer uma prova, dureza. Jamais farei isso com meus alunos. E todos estes anos na Educação Infantil tenho tido ótimos resultados, minhas turmas sempre têm uma relação afetiva com o objeto livro!
Valéria Xavier Bernardes, Ensino Fundamental.

Promover a leitura entre os alunos, em qualquer nível, não é tarefa fácil. Uma possível solução seria envolvê-los ao ponto em que a leitura se torne algo necessário. Assim como faz a mídia, que cria no público consumidor a necessidade de ter de comprar algo. O professor precisa “vender seu peixe”, convencer o aluno, mostrando a ele a importância e aplicabilidade do conteúdo lido. Para isso, o professor pode antecipadamente falar sobre o tema, aguçando a curiosidade do aluno, além de propor uma discussão sobre o tema (um debate) após a leitura.
Portal Aprendiz – Como você se descobriu leitora e que papel teve a escola neste desenvolvimento?
Minha alfabetização foi na escola, porém sabemos que a leitura é um processo amplo e complexo. Muito antes da escola, recordo-me folheando livros infantis, “vendo-lendo” as imagens, produzindo minhas primeiras leituras. Na escola houve a oportunidade de ampliação dos objetos lidos e amadurecimento do processo.
Fábio Tremonte, Ensino Médio.
Portal Aprendiz – Quais estratégias você aplica para alunos do ensino médio a fim de mobilizar o interesse pela leitura?

Portal Aprendiz – Como você se descobriu leitor e que papel teve a escola neste desenvolvimento?
Em casa, sempre houve muitos livros, meus pais tinham gosto e prazer em ler. Desde bem pequeno eu já frequentava livrarias e os livros eram, comumente, pedidos por mim em datas especiais, como Natal, aniversário e Dia das Crianças. Mas é marcante para mim a descoberta da biblioteca da escola, quando estava na quinta série do Colégio São Vicente de Paulo, em Niterói. O tempo que tinha livre, recreio, passava entre os livros. Levava-os para casa. Na minha memória, a biblioteca era um lugar grandioso.
Fábio Camarneiro, Ensino Superior.
Portal Aprendiz – Quais estratégias você aplica para alunos do ensino superior a fim de mobilizar o interesse pela leitura?

A estratégia que considero menos recomendável (mas que ainda assim, de alguma maneira, utilizo) é a leitura obrigatória com atribuição de conceitos (em uma prova, etc.). Não é recomendável porque, sendo obrigatória, não desperta no aluno o interesse pela leitura. Fica como uma obrigação, algo que existe apenas como tarefa a ser cumprida. A melhor forma de incentivar a leitura, a meu ver, é sempre encaminhar as dúvidas dos alunos aos livros, trabalhando como intermediário. Quando o aluno faz a pergunta, sempre que possível, ao invés de simplesmente dar a resposta, indicar “você encontrará algo a respeito da sua dúvida em tal livro de tal autor”. O aluno percebe que os livros são aliados, são “amigos”, que podem lhe esclarecer.
Portal Aprendiz - Como você se descobriu leitor e que papel teve a escola neste desenvolvimento?
Me descobri leitor fora da escola. Mas a escola me ajudou a partir da indicação de alguns professores, de uma curiosidade que eles despertavam. Quando um professor, por exemplo, me disse que o filho dele se chamava Ivan por causa de “Os Irmãos Karamázov”, fiquei curiosíssimo para ler Dostoiévski. Foi recompensante ler Dostoiévski e claro que isso não tem a ver com os nomes que os professores deram a seus filhos. A paixão é contagiante, e quando o professor se mostra apaixonado pelos livros, pelo seu objeto de estudo e pela prática de lecionar, então essa paixão contagia e queremos compartilhar daquilo tudo.
Flávio Aquistapace - UOL
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