quinta-feira, 2 de junho de 2011

Novas regras dos cartões não vão conter dívidas, alerta economista



As novas regras para os cartões de crédito passaram a valer ontem em todo o Brasil. Apesar do otimismo do governo federal de que as mudanças podem conter o consumo excessivo da população e diminuir o endividamento das famílias, o economista Eduardo Rino acredita que num primeiro momento a medida pode não surtir os efeitos desejados.

“A elevação do pagamento do valor mínimo da fatura para frear o consumo em demasia pode ter um efeito contrário. Com o aumento nos percentuais, aqueles que não estavam conseguindo pagar 10% não vão dar conta de bancar 15%. Falta esclarecimento à população, até as pessoas se acostumarem o endividamento vai aumentar. Os efeitos dessas novas regras na economia devem ser mínimos.”

Rino comenta que a medida tomada pelo Banco Central é uma forma de conter o número de dívidas, que só aumenta a cada dia porque a população está consumindo em excesso, comprando acima daquilo que as empresas produzem. “É uma maneira de minimizar os efeitos da inflação, que vem sendo ocasionada pelo consumo em demasia”, avalia o especialista.

Para ele, o mais importante é orientar a população da importância do planejamento familiar. “As famílias devem fazer o cálculo de quanto recebem e o que têm que ser pago no final do mês. A sobra é o que tem disponível para consumo. Quem não faz isso acaba se enrolando com as dívidas. O controle das despesas é imprescindível”, avalia Rino.

A falta de controle com os gastos no cartão de crédito fez com que a contadora Isabel da Silva, 32, se enrolasse com as dívidas. Ela tem seis cartões e acredita que essa mudança no valor mínimo de pagamento da fatura fará a situação que já está ruim ficar ainda pior. “Enquanto estava empregada pagava a fatura total em dia. Quando perdi o emprego a situação se complicou, e geralmente tenho encontrado dificuldade para pagar o mínimo exigido. Agora, com esse aumento, acredito que o problema ficará ainda maior.”

Ela usa os cartões para compras em supermercados, lojas e abastecer o veículo. “Prefiro o cartão porque com ele, se você não tem dinheiro na hora, pode comprar do mesmo jeito, o prazo de pagamento é esticado e não precisa pagar tudo de uma vez, como o cheque. Entretanto, na primeira vez que você se enrola para pagar a fatura, o prejuízo é grande demais. O melhor é controlar.”

Fonte:www.redebomdia.com.br

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